Sobre as Artes



"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo" (Nelson Mandela)


Uyuni - Bolivia 2010

Uyuni - Bolivia 2010
Uyuni - por do sol

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como lidar com o fracasso da escola

Elias Januário

Hoje vamos refletir sobre alguns pontos da exitosa proposta que o educador norte americano Gary Wilson tem para que uma escola problemática e fadada ao fracasso, possa retomar o rumo e se transformar num estabelecimento de ensino de sucesso. Para uma escola onde impera a desordem e o caos generalizado, nos setores pedagógico, administrativo e organizacional, o caminho para a retomada segundo Wilson, é a escola ser acolhida pela comunidade em seu aspecto amplo, incluindo aí igrejas, estabelecimentos comerciais, sindicatos, famílias, órgãos não governamentais, entre outros. O princípio de toda a estratégia de recuperação do espaço escolar corroído pela impunidade, medo, violência, ausência de políticas públicas, passa pela dedicação de um pequeno tempo que seja das pessoas da sociedade para levar até estas escolas e seus alunos, um pouco de esperança, solidariedade, fé e amor.

Para o educador norte americano, o primeiro procedimento a ser adotado quando nos deparamos com uma escola impregnada de situações difíceis para serem solucionadas, devemos ouvir a opinião de toda a comunidade escolar, ou seja, de professores, funcionários, alunos e pais acerca dos fatos que levaram a escola a chegar a essa situação de insucesso escolar. Paralelo a isso, deve-se fazer um levantamento quantitativo e qualitativo da frequência dos alunos, quais os motivos das faltas, em que conteúdos têm maiores dificuldades, quais as necessidades básicas dos professores, qual a frequência dos pais na escola, qual a presença e ação do poder público, entre outros. Com esses dados tabulados e analisados, partimos em busca de ajuda com maior propriedade e não apenas com suposições.

A participação da comunidade é o elemento estruturante de uma ação como essa. E também a parte mais difícil, pois quando uma escola chega a níveis assustares de insatisfação, a comunidade é a primeira a não confiar mais em nada que se propõe. Por isso não se resolve o problema trocando de diretor ou diretora, a questão é mais profunda, necessita que a comunidade escolar encampe o desafio de mudar o quadro que está posto. Para conseguir o apoio da comunidade é preciso contar com o apoio dos meios de comunicação, na divulgação dos avanços positivos que estão ocorrendo, fazendo com que os pais acreditem e endossem essa ação social. Só assim ela terá sucesso.

Outro ponto importante nesse processo de reestruturação de escolas pública fracassadas é a participação dos empresários, ou seja, as empresas de grande porte têm programas de doações para escolas. Elas podem proporcionar recursos financeiros e tecnológicos, material pedagógico e de formação. É preciso ter um diagnóstico da escola e um projeto de revitalização e ir até essas empresas buscar ajuda. Assim Funciona nos países do primeiro mundo. A administração da recuperação de uma escola em situação de risco não deve ficar só a cargo do diretor, dever ser atribuição de toda a comunidade escolar, acompanhado pelo Conselho Escolar. Só assim o sucesso será garantido. Nunca se deve desistir de uma escola, independente do estágio de fracasso escolar em que se encontre. Os estudantes estão lá e precisando de uma formação adequada e de qualidade. É preciso fazer com que os alunos acreditem nos professores e na escola em que estudam, só assim teremos êxito em nossa empreitada.

http://www.udemo.org.br/2011/Leituras11_0007_Comolidarcomofracassodaescola.html

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

John Dewey - O pensador que pôs a prática em foco

O filósofo norte-americano defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças


Fotos: Bettmann/Corbis

Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problema-ti-zar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação.

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo – uma vez que, para essa escola de pensamento, as idéias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento – físico, emocional e intelectual.

O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.

Estímulo à cooperação
Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro ponto-chave de sua teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam de discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento", escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada.

Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo.

"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação, na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo.
A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas idéias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.
Liberdade intelectual para os alunos
A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas idéias do educador.
A defesa irrestrita do experimentalismo
Em quase um século, Dewey presenciou muitas transformações. Viu o fim da Guerra Civil Americana, o desenvolvimento tecnológico, a Revolução Russa de 1917, a crise econômica de 1929. Em parte nasceu dessa efervescência mundial sua concepção mutável da realidade e dos valores, além da convicção de que só a inteligência dá ao homem o poder de alterar sua existência. "Idealizar e racionalizar o universo em geral é uma confissão de incapacidade de dominar os cursos das coisas que especificamente nos dizem respeito", escreveu. Essa perspectiva levou Dewey a rejeitar a idéia de leis morais fixas e imutáveis. Como boa parte dos intelectuais de seu tempo, o filósofo norte-americano sofreu forte influência tanto do evolucionismo das ciências naturais quanto do positivismo das ciências humanas. Defendia a utilização, diante dos problemas sociais, dos métodos e atitudes experimentais que foram bem-sucedidos nas ciências naturais. Ele próprio procurou aplicar essa abordagem em relação à investigação filosófica e à didática.
Biografia
John Dewey nasceu em 1859 em Burlington, uma pequena cidade agrícola do estado norte-americano de Vermont. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas para despertar o senso de responsabilidade. Foi professor secundário por três anos antes de cursar a Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Estudou artes e filosofia e tornou-se professor da Universidade de Minnesota. Escreveu sobre filosofia e educação, além de arte, religião, moral, teoria do conhecimento, psicologia e política. Seu interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia incorporado as descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais. Fiel à causa democrática, participou de vários movimentos sociais. Criou uma universidade-exílio para acolher estudantes perseguidos em países de regime totalitário. Morreu em 1952, aos 93 anos.
Para pensar
A escola-laboratório criada por Dewey em Chicago: a prática acima de tudo
A escola-laboratório criada por Dewey em Chicago: a prática acima de tudo
Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que, não havendo separação entre vida e educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. Como ele dizia, "as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo". Então, qual é a diferença entre preparar para a vida e para passar de ano? Como educar alunos que têm realidades tão diferentes entre si e que, provavelmente, terão também futuros tão distintos?

Quer saber mais?
Conhecimento, Valor e Educação em John Dewey, Maria Isabel Pitombo, 176 págs., Ed. Pioneira, tel. (11) 3665-9900 (edição esgotada)
Dewey: Filosofia e Experiência Democrática, Maria Nazaré Amaral, 136 págs., Ed. Perspectiva, tel. (11) 3885-8388, 25 reais
John Dewey: a Utopia Democrática, Maria Isabel Pitombo, 176 págs., Ed. Pioneira, tel. (11) 3665-9900 (edição esgotada)
John Dewey: uma Filosofia para Educadores em Sala de Aula, Marcus Vinícius da Cunha, 92 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552, 20 reais

Planejamento na sala de aula


Planejamento. Ilustração: Gabriel Lora Planejamento na rede de ensino Planejamento na escola

Os direcionamentos vindos da coordenação pedagógica ajudam você, professor, a organizar o ano, mas é fundamental planejar com detalhes o trabalho que será realizado na sala de aula. É preciso definir o que, quando e como ensinar. Há que preparar os projetos e sequências didáticas que serão utilizados ao longo do ano e distribuí-los de acordo com a carga horária. 

Ensinar bem é... saber planejar

O planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. Improvisos às vezes acontecem, mas não podem virar regra

O planejamento é a etapa mais importante do projeto pedagógico, porque é nela que as metas são articuladas às estratégias e ambas são ajustadas às possibilidades reais. Existem três tipos de planejamento escolar: o plano da escola, o plano de ensino e a sequência ou projeto didático. O primeiro traz orientações gerais que vinculam os objetivos da escola ao sistema educacional mais amplo. O plano de ensino se divide em tópicos que definem metas, conteúdos e estratégias metodológicas de um período letivo. A sequência didática é a previsão de conteúdo de um conjunto de aulas e o projeto um trabalho mais longo e complexo.

O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e coordenação da atividade do professor, que articula o que acontece dentro da escola com o contexto em que ela se insere. Trata-se de um processo de reflexão crítica a respeito das ações e opções ao alcance do professor. Por isso a idéia de planejar precisa estar sempre presente e fazer parte de todas as atividades — senão prevalecerão rumos estabelecidos em contextos estranhos à escola e/ou ao professor.

Para José Cerchi Fusari, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, não há ensino sem planejamento. "Se a escola é o lugar onde por excelência se lida com o conhecimento, não podemos agir só com base no improviso", diz. "Ensinar requer intencionalidade e sistematização." O poder de improvisação é sempre necessário, mas não pode ser considerado regra.

Trabalho coletivo

Planejar é um ato coletivo que envolve a troca de informações entre professores, direção, coordenadores, funcionários e pais. Isso não quer dizer que o produto final venha a ser um documento complicado. Ao contrário, ele deve ser simples, funcional e flexível.

E não adianta elaborar o planejamento tendo em mente apenas alunos ideais. Avalie o que sua turma já sabe e o que ainda precisa aprender. Só assim você poderá planejar com base em necessidades reais de aprendizagem.

Esteja aberto para acolher o aluno e suas circunstâncias. E, é claro, para aprender com os próprios erros e caminhar junto com a classe.

Planejar requer:
  • pesquisar sempre;
  • ser criativo na elaboração da aula;
  • estabelecer prioridades e limites;
  • estar aberto para acolher o aluno e sua realidade;
  • ser flexível para replanejar sempre que necessário.
Leve sempre em conta:
  • as características e necessidades de aprendizagem dos alunos;
  • os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico;
  • o conteúdo de cada série;
  • os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino;
  • as condições objetivas de trabalho.
Com base nisso, defina:
  • o que vai ensinar;
  • como vai ensinar;
  • quando vai ensinar;
  • o que, como e quando avaliar.

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/ensinar-bem-saber-planejar-424802.shtml




quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem é Paulo Freire?



Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife, PE. Apesar de pertencer a uma família de classe média, Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929. Uma experiência que o levou a se preocupar com os mais pobres e o inspirou a construir seu revolucionário método de ensino.
Assim uma das motivações para a sua elaboração pedagógica partiu de seus estudos sobre a linguagem do povo. Paulo Freire participou do Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife e do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, sendo, inclusive, um dos seus fundadores e primeiro diretor. Destaca-se, principalmente, o trabalho realizado em Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde começaram as primeiras experiências de alfabetização – o Método Paulo Freire. Em 1963, foi chamado à Brasília para coordenar, no MEC, a criação do Programa Nacional de Educação.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na áfrica. Mas, em 1964, o golpe militar reprimiu todos os trabalhos de mobilização popular. Paulo Freire foi acusado de subverter a ordem ao utilizar suas campanhas de alfabetização, sendo preso e exilado por mais de 15 anos.
Em 1980, voltou ao Brasil e assumiu cargos de docência na PUC – SP e na Unicamp e, entre 1989 e 1991, trabalhou como secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo.
É autor de uma vasta obra traduzida em várias línguas. Dentre os livros mais conhecidos estão a Educação como Prática da Liberdade e a Pedagogia do Oprimido.
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão, aliada ao seu talento como escritor, ajudou-o a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.
Paulo Freire morreu em 02 de maio de 1997, em São Paulo, SP.

VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR


Campanha do Ministerio da Educaçao do Brasil sobre a valorizaçao deste profissional tao importante para o desenvolvimento de um país!
COMENTE.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Marco Plinio Marcos

Zé Celso
25-11-2009 ////////

Zé Celso

Pagu deu o passe de bola da antropofagia pro jogador de futebol palhaço de circo, rádio, Plínio Marcos. Ele, dono da bola, escriturou sua primeira peça teatral, ou melhor seu primeiro Evangelho, marcando o primeiro Marco da revolução cultural brazyleira com “Barrela”. A peça grafada na o português-crioulo-cosmopolita giriado na língua girante do “povo por fóra”, lunpen, como diziam com desprezo, os comunistas caretas. Língua da Marginália do Porto Exportador mais rico de Café do Brasil, expandindo-se pelas ruas, morros, mar de Santos. Pela “língua” a começar com a sintomática palavra Barrela (Dicionário On Line: "Operação que consiste em tratar a roupa suja pela lixívia. Acto! Ato de limpar, purificar). Os censores proibiram esta “língua suja” que phala como phalamos, de penetrar no apartheid do Teatro Brasileiro, de invadir seus palcos, pistas, arenas. Mas no ano pagão de 1967 a “Navalha da Carne” apresentada pela 1º vez no aparelho Teat(r)al, um teatrinho no apê de Cacilda Becker & Walmor Chagas no alto da Av. Paulista, onde a diva arfou sem cessar, quase chegando á um ataque de asma, segundo Marilda então Pedroso, casada com o jornalista Bráulio Pedroso, que iria lançar o grande ator Plínio Marcos na 1º novela e das raras, pra valer da TV Brazyleira “Beto Rockfeller.”

Nesta Noite as palavras mântricas da “Navalha na Carne” abriram a brecha da Jaula da língua, do povo que phala nela, da revolução cultural brazyleira que emergiu. Nunca Plínio foi percebido assim, mas hoje eu tenho a certeza que a Tropicália, nasceu em 1958 com“Barrela”e foi aberta magicamente pela escrita deste bruxo. Não confundir com a língua naturalista, língua de poeta forjador da língua, como Pound, Beckett, Nelson Rodrigues, Oswald, Noel Rosa, etc.

Dia 19 de Agosto de 1967, Oswald de Andrade, renascia no ”O Rei da Vela” e apagava o quadro da história do Brasil: a 1ª Missa e via o quadro ainda não pintado, da inicial civilização brazyleira: a devoração do Bispo Sardinha que partira de Barco para Roma em busca de mulheres brancas para que os portugueses não cruzassem com as índias e criasse um brazyl, mestiço. Nos recifes do litoral de Sergipe, os índios Caetês, terra do presidente Lula que hoje phala na língua que o Poeta Plínio Marcos libertou, é devorado.

Toda nossa geração abriu as portas do nosso apartheid mental e físico para os índios, (Plínio tem um texto magnífico sobre o suicídio de uma última tribo que li no Teatro Lilian Lemmertz) os afrobrazileiros, a quem devemos nosso suingue e compreensão da Tragédia e da Comédia Grega, aos emigrantes, aos marginais, ao pop, à Radio Nacional, ao Circo, e em 1967 surge a revolução teológica de sagração da sexualidade de José Vicente, em “Santidade” a revolução do homosocial, quer dizer do homem e mulher afetivos, como agentes poder político em “Cordélia Brasil”, uma geração de grandes autores que nem dá pra mencionar: todos influenciados pelo Marco: Plínio. No cinema vem Glauber, detectando os tremores da Terra em Transe do momento, Helio Oiticica tirando o quadro da parede e vestindo, e criando os ambientes penetráveis e sensuais, como a Tropicália, que batizou o movimento sincrônico. Helio como Plínio é Santo Demônio, Exu de terreiros como o montado atualmente na Magnífica INHOTIM a 50km. de Belô: O Magic Square, o Terreiro de Helios, do Sol, de Delphos Apolo no Brazyl; Caetano compunha Tropicália, Gil introduzia a Guitarra elétrica, operários, estivadores, trabalhadores rurais, estudantes, lutadores armados de vanguardas revolucionárias, intelectuais, tomaram as ruas, e somente foi tudo impedido por um violento 2º Golpe Militar o Ai5! Que feriu, matou, torturou mas não conseguiu matar o que não morre jamais, o instinto de Arte, de Criação permanente de sobrevivência, e transvivência dos povos e dos artistas. O Gigante Marco, Plínio Marcos hoje mais que nunca retorna sempre. Simplesmente falar o que ele escreveu, é invocar um mantra.

Seus livros são sagrados, escritos na língua vinda do Amor&ódio, Paixão, da Multidão de Ovelhas brancas ou negras, que querem simplesmente libertar-se da sua escravidão a um Rebanho de Ovelhas Dominadoras, dominadas, que precisam de Pastores, pois mantêm Guerras, Criminalização das Drogas para Indústria de Morte Armamentista, o Racismo, a Homofobia, a Tortura, o Apartheid social, e a concentração do Capital, numa forma fundamentalista: O Capitalismo.

Qualquer fala de Plínio é uma Bomba Cultural, neste Rebanho Pastoreado pelo Mercantilismo e já contribui para as brechas que hoje denunciam as rachas num sistema que parecia inviolável.

Sua palavra vai atravessar todos os muros, e vai ser transcriada em todas as línguas creollas do mundo, pois é universal.

Plínio é antes de tudo um de nossos maiores Poetas Profetas.

Uma Biografia, uma ópera de Carnaval, um Enredo de escola de Samba que vá mais fundo, tem de aparecer detalhando o roteiro deste ser mortal que foi passando como Gorki por todas universidades da vida para trazer seu verbo além do bem e do mal, sagrado-profano, lindo, concreto, poético, vazando as velhas Escrituras, as velhas Muralhas, estabelecendo-se para a eternidade até no Teatrão. Jean Genet teve uma à sua altura. Nós vivos, precisamos de uma, urgente, escrita da vida dele, na língua dele, à sua altura, baixura e musical harmonia.

Me deu água na boca.

Tenho a imensa honra da estreia pública de “Navalha na Carne “ter sido feito no Oficina e da luta que tivemos todos que travar para que nossas peças ficassem em cartaz, não fossem invadidas pelos terroristas que invadiram ‘Roda Viva” e que nos ameaçavam todos. Plínio participou em 1968 do “Ministério da Cultura” que era a Comissão Estadual de Teatro do Estado de São Paulo, no reinado de Antigo Chanel: Cacilda Becker, com ela e toda classe Teatral em desobediência civil transmutamos a história do Brasil e do Teat(r)o a partir daí com uma vertente aberta de lutas parindo esta nova era.
Somente seu nome, justificaria a nossa luta hoje juntamente com a Escola de Samba Vai Vai, pelo Tombamento do Bairro do Bexiga, sua revitalização e ida ao encontro de seu destino urbano: ser o Ponto de Encontro de todos os Ghetos de SamPã, o nosso Centro Cosmopolita desta babel que na cultura se entende cada vez mais.
Viva os 10 anos de Ethernidade do Marco Navalhado da revolução Cultural Brazyleira
Plínio Marcos
EVOÉ POETA GREGO NEGRO DE SAMPÃ

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PLATAFORMA MOODLE





moodle.jpg

Moodle  é provavelmente o nome da ferramenta mais conhecida para o gerenciamento de sites eLearning. A ferramenta grátis é desenvolvida em PHP e já conta com mais de 330 mil usuários

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A LINGUAGEM SECRETA DO CLOWN - ANA WUO

O artigo tece reflexões sobre a iniciação à técnica de clown como uma linguagem secreta que transgride, com a arte e o riso, os valores pessoais como treinamento do ator.

Acesse o link abaixo e leia o artigo:

ftp://www.usjt.br/pub/revint/57_56.pdf

Ana Elvira Wuo
Possui graduação em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (1993), mestrado em Estudos do Lazer em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (1999) e doutorado em Pedagogia do Movimento-Corporeidade em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Atualmente é pesquisadora colaboradora do IEL na Universidade Estadual de Campinas e professor titular da Universidade Sao Judas Tadeu na Faculdade de Artes Cenicas, Veris Faculdades e professora credenciada no IEL-Unicamp . Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Teatro, atuando principalmente nos seguintes temas: clown, mímesis corpórea, espetáculo teatral, direção teatral, técnica de treinamento, processo criativo e elaboração de repertório do ator. Em Arte-Educação e na área social desenvolve projetos de Dramacontação formando contadores de histórias. Ministra cursos de técnicas teatrais e vivencias de clown no contexto educacional, hospitalar e asilar no Brasil e exterior.


Blog da professora Ana Wuo:  http://clownelinguagem.blogspot.com/  pra quem quer pesquisar sobre o Clown, fica a dica.